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domingo, 24 de fevereiro de 2013

Dioniso, hypocritès e o Teatro!


Na Trácia havia um Deus chamado Dioniso, Deus da vinha e da embriagues. Mas os gregos conservadores viam com suspeita os seus ritos e combatiam sempre que podiam seus seguidores.
O Primitivo cortejo de Dioniso consistia numa festa campestre onde iniciavam uma caçada animal, de algum modo encarnavam o deus adorado. Musicas, danças, vinho, fumaça de certas sementes tudo isso excitam os fieis à orgia mística; estando eles disfarçados com peles de chifres de animais selvagens, chegam a uma espécie de furor, que os induz a precipitar-se no rastro do animal sagrado, quando encontrado é morto e despedaçado e devorado, numa furiosa confissão humana de sede do divino e confuso anúncio da comunhão. Uma cena emblemática onde Dioniso triunfa.
É a união entre os homens e a natureza selvagem. festeja-se tudo, celebra-se para tudo, a colheita d uva até a morte e ressurreição da vinha, lembrança da morte e ressurreição do próprio deus.
Durante muito tempo o culto ficou longe das cidades, civilizadas e apolíneas.
Em algum momento do ritual ocorreu uma mudança o ditirambo o canto lírico. Um dia o coro teria dividido em dois os corifeus  dialogavam , mais ainda se tratava de alguém de quem se falava.
Certo dia um dos corifeus falou em nome do deus, assumindo a sua existência," Eu sou Dioniso" Um grupo de pessoas ébrias de vinho e musica, ébrias de entusiasmo, suscita a fictícia aparição do próprio Dioniso que passa a falar e agir em seu próprio nome, num verdadeiro aqui e agora. Esse é o embrião de uma representação teatral.

D'Amico, Silvio, Storia del teatro drammatico. Milano, Garzanti, 1960
Estudo de história da cultura clássica. Lisboa, Fundação C. Gulbenkian, 1967

Pois o objetivo do teatro, a principio e agora, foi e é oferecer uma espécie de espelho à natureza, mostrar à virtude os seus próprios traços, à derrisão a sua exata efígie, à sociedade a verdadeira imagem do seu tempo...(Hamlet, Shakespeare, Cena II do III Ato)

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